A médica Virgínia Soares de Souza, 57 anos, presa desde terça-feira (19) pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), no Centro de Triagem, em Curitiba, sob a acusação de homicídio qualificado, protestou por meio de uma carta, divulgada nesta sexta-feira pelo advogado de defesa Elias Mattar Assad, contra a forma como as investigações policiais estão acontecendo.
Virgínia era chefe da UTI do Hospital Evangélico, na capital paranaense, havia 23 anos e é acusada de ordenar pessoas de sua equipe para que desligassem aparelhos de pacientes terminais.
“O livre exercício da medicina está em risco no Brasil”, diz ela, se referindo ao fato de que todas as mortes em UTI’s correm o risco de ser debitadas em prováveis imperícias médicas. No documento, ela alega inocência.
“Da leitura atenta dos autos do inquérito, com meu advogado, não está provada sequer a existência do fato, quanto mais a materialidade de qualquer crime. É a presente para perpetuar a memória do que está se constituindo no maior erro investigativo e midiático da nossa história”, afirma.
O advogado deve entrar com um pedido de liberdade de Virgínia na segunda-feira (25), além de pedir a quebra do sigilo de justiça do processo, o que tem provocado o silêncio da polícia sobre as investigações.
Até o momento cerca de 50 denúncias contra a médica foram realizadas na Nucrisa, feitas por ex-companheiros de trabalho e familiares de antigos pacientes, desde que o caso veio à tona no início desta semana.
IG / O Fuxico Gospel