À época, descontente com o ambiente e o conhecimento que estava adquirindo no curso superior, decidiu que iria se desenvolver sozinho e transformar isso numa causa para revolucionar a educação. Para botar o projeto em prática, contou com a ajuda de US$ 100 mil (cerca de R$ 200 mil) do Thiel Fellowship , um programa que escolhe 20 jovens com menos de 20 anos por ano para abandonar a faculdade e se dedicar a algum projeto fora dela.
Dois anos depois, Stephen já concedeu inúmeras entrevistas, escreveu artigos, deu palestras, promoveu seminários e agora lançou seu livro pela editora Penguin. Em todos esses meios, o conceito essencial repetido por ele é o mesmo, de que o investimento realizado para cursar uma graduação nem sempre traz o melhor retorno e aprender sozinho fica cada vez mais fácil, através das informações disponíveis na internet.
“As pessoas aprendem de formas diferentes, em velocidade e tempo diferentes. E hackear a educação permite que você aprenda o que, quando, como e onde quiser”, explica Stephen em seu blog. Segundo ele, não é preciso ser um gênio para se sair bem fora da escola, mas ter criatividade e confiança.
No site Uncollege há uma sessão com recursos de educação online, como o Coursera (de uma universidade tradicional) e outros independentes, como o creativeLIVE (de aulas ao vivo gratuitas com experts em vários temas), dicas de como planejar a educação informal, leituras sobre o tema e entrevistas com profissionais bem sucedidos que desistiram da faculdade. O livro apresenta o mesmo tipo de conteúdo, aprofunda as razões pelas quais Stephen acredita tanto no que chama de auto-aprendizagem e ensina como encontrar mentores, construir redes de contatos, onde achar conteúdos e como reuni-los de forma a desenvolver a própria educação.
Curso
Além do livro, para quem quer seguir esse caminho, o defensor do ensino informal, também oferece um curso. O programa especial chamado Gap Year conduz 10 pessoas ao longo de um ano no processo de auto-aprendizado. No treinamento, os aprendizes recebem aulas para desenvolver um plano de aprendizado individual durante três meses em São Francisco, viajam para o exterior por mais três meses e entram em contato com pessoas e empresas inovadoras, desenvolvem um projeto pessoal nos três meses seguintes e terminam o programa trabalhando no que ele chama de “mundo real”, durante mais três meses. Tudo isso, por US$ 12 mil (R$ 24 mil). Mas Stephen garante que dá para chegar ao mesmo objetivo por bem menos, apenas transformando a vida em educação e vice-versa.