Diante de todas especulações que envolvem a prisão do pastor Marcos Pereira, o coordenador do AfroReggae, José Júnior, apontado como o ‘estopim’ para o surgimento de diversas suspeitas de crimes cometidos pelo pastor evangélico, se pronunciou sobre o caso em entrevista exclusiva ao site The Christian Post.

José Junior e Marcos Pereira trabalhavam juntos, com o objetivo de retirar os traficantes da vida criminosa e reintegrar detentos a uma vida normal. Em missão, José Junior fazia uso da arte, enquanto Marcos Pereira usava a religião.

📱 Participe dos canais do Fuxico Gospel no WhatsApp.

Depois de tempos trabalhando em parceria, veio a separação, diante de uma denúncia. José Junior afirmou que Marcos Pereira era “a maior mente criminosa do Rio de Janeiro”.

Segundo as acusações de José Junior, o pastor Marcos Pereira teria feito ameaças de morte ao coordenador do AfroReggae, em 2006. Na época, José Júnior teria alegado uma falha de comunicação entre ele, o pastor e as favelas, o que o teria colocado a sua vida em risco.

Após denúncias e investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, o pastor Marcos foi preso, no início do mês de maio deste ano. Marcos Pereira é acusado de se envolver em seis estupros, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Com a prisão de Marcos Pereira, vários amigos, fiéis e ex-fiéis vem defendendo o caso. As supostas vítimas, que antes tinham prestado denúncias contra o pastor, acabaram negando o seu próprio depoimento. As vítimas acusam os integrantes do AfroReggae por terem sido coagidas à prestar o depoimento.Mediante às acusações, a equipe do site The Christian Post, procurou o coordenador do AfroReggae, José Junior, para esclarecimentos supostos atos de coação por membros da organização.

Confira a entrevista na integra:

CP: Em feveiro de 2012, o senhor teria acusado o pastor Marcos Pereira de tentar matá-lo e de ser o mentor de ataques criminosos em 2006 e 2010, no Rio de Janeiro. Qual foi a causa para isso, visto que vocês trabalhavam juntos e quando foi essa tentativa de homicídio?

José Junior: Primeiro quero agradecer ao The Christian Post pelo interesse. Vocês são o primeiro veículo do segmento a nos procurar. Lembrando que boa parte dos depoentes/vítimas continuam evangélicos e não se trata de uma “guerra contra os evangélicos”. Nós não trabalhávamos juntos, considero até mais do que isso. Virei um divulgador assíduo e voluntario daquilo que eu considerava uma obra do bem. Dei diversas entrevistas falando do trabalho dele e apresentei para algumas pessoas. Quando soube que o Rogerio havia saído da igreja porque a sua mulher havia sido estuprada. Também me revelou outros problemas como exploração da parte dele com os traficantes, homicídios e etc. No dia seguinte procurei o Marcos Pereira e o mesmo me disse que o Rogerio havia traído a confiança dele e que era X9. Me confessou que havia transado com a Zeneide (esposa do Rogerio) inclusive utilizando palavras de baixo calão. Falou detalhes sórdidos sobre como fez. Nem tive coragem de contar o restante pra ele.

Depois disso quando ele soube que dei emprego pro Rogerio, sem eu saber, ele me nomeou seu inimigo. Em diversas favelas recebi recados que deveria tomar cuidado porque ele havia espalhado que eu era informante da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Falar isso na favela de alguém é estimular pra que essa pessoa seja assassinada. Ele também influenciou alguns criminosos a achar que o Rogerio (ex-integrante e ex-braço direito) era informante da polícia.

CP: Qual foi exatamente o envolvimento do pastor nos ataques criminosos cometidos e o que ele ganharia com isso? Foram encontradas provas do caso?

José Junior: Não acho justo chamar esse indivíduo de pastor. Sobre os ataques vale a pena vocês leem e publicarem trechos dos depoimentos dados ao Ministério Público e a Polícia.

CP: Uma das supostas vítimas de estupro do pastor Marcos Pereira, que se identifica com Elisângela desmentiu a acusação contra o pastor em um vídeo publicado no YouTube. A vítima, da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, teria sido coagida à prestar o depoimento por membros da AfroReggae. O senhor confirma o envolvimento do Afroreggae na manipulação do depoimento? Ou existem provas que podem comprovar a veracidade do depoimento?

José Junior: Existem provas entregues ao Ministério Público que comprovam que ela nos procurou e foi depor de livre e espontânea vontade. Sobre os demais também temos gravações. Vale ressaltar que todos os vídeos colocado por eles estão editados e só utilizaram a parte que eles tinham interesse. Vale a pena eles colocarem os vídeos na integra. Isso dá credibilidade e transparência.

CP: Em um vídeo da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) mostra uma família que teria sido vítima de coação por parte de integrantes do Afro Reggae. O vídeo contém gravações escondidas onde os integrantes do grupo, entre eles, Rogério Menezes tentam convencer Márcio Nascimento, membro da igreja, que sua esposa e a filha menor de idade haviam sido estupradas pelo pastor Marcos Pereira. O que o senhor tem a falar sobre essas gravações? Quais foram as intenções desse integrantes do AfroReggae em seguir com a coação ou o senhor desconhece o caso que envolve os integrantes da organização, apesar de existirem provas?

José Junior: Vale a pena você ler o depoimento do filho dessa família. Se puderem levantar quem ligou pra quem vai ver que o senhor citado acima foi quem nos procurou. Rogerio teve a sua esposa estuprada e foi enganado pelo homem que ele daria a sua própria vida. Gaúcho também tem seus motivos já que foi arquitetado planos pra assassiná-lo. Temos depoimentos de pessoas que estavam envolvidas nessas conspiração para matá-lo. Esses depoimentos também estão com o Ministério Público. Vale ressaltar que todo o acervo que temos foi entregue na íntegra sem nenhuma edição ou corte. Se por ventura esses depoimentos se tornarem públicos não será por nós já que entendemos as motivações do Rogerio e do Gaúcho e das pessoas que estão com medo e mudando seus depoimentos.

CP: Ainda nas gravações de Márcio Nascimento, o filho de Márcio, David, afirmou que o AfroReggae teria trocado um depoimento, onde David teria que afirmar os abusos sexuais à sua família pelo pastor, por uma oportunidade de emprego. O que o senhor tem a falar sobre o caso?

Sugiro que você leia o depoimento dele. O Ministério Público tem gravações aonde esse jovem faz acusações muito graves. Nas gravações dá pra ver que ele em nada foi obrigado. Também estava presente um jornalista de um dos maiores veículos de comunicação do Brasil. O povo cristão não merece um indivíduo que se autodenomina Pastor e inventa regras pesadas para os fies e uma libertinagem para si e outros poucos privilegiados.

The Cristian Post