A ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva deixou de ter atividade cerebral nesta quinta-feira (2) em decorrência de complicações causadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ela sofreu em 24 de janeiro. Desde então, ela seguia em coma induzido no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já autorizou a doação de órgãos da esposa.
O hospital Sírio-Libanês informou que ela deixou de ter atividade cerebral e que iniciou o procedimento para doação de órgãos a pedido da família.
Segunda mulher de Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia esteve ao lado de Lula desde que ele ingressou na política, quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo (SP).
Com um perfil discreto, Marisa evitou entrar nas campanhas presidenciais do marido até 2002, quando percebeu a necessidade de conquistar os votos femininos na campanha presidencial que garantiu a vitória a Lula.
Conquistada a Presidência, mais uma vez saiu dos holofotes. Durante os oito anos de mandato de Lula, Marisa não participou ativamente de nenhuma política pública. Como primeira dama, esteve mais voltada às tarefas internas do Palácio. Era responsável, por exemplo, por organizar anualmente a festa junina na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência.
Antes de Lula chegar à presidência, Marisa atuou como militante do PT, mas nunca se posicionou como liderança dentro do partido. De origem humilde, ela começou a trabalhar aos nove anos, como babá das sobrinhas do pintor Cândido Portinari. Aos 13, embalava bombons na fábrica Dulcora, onde ficou até os 21 anos, época em que sua vida foi marcada por uma tragédia.
O primeiro marido de Marisa era taxista e foi assassinado em uma tentativa de assalto quando ela estava grávida do primeiro filho – Marcos. Depois de morar com os sogros por cerca de um ano, Marisa voltou para a casa da mãe e começou a trabalhar em um bar na região.
Foi no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo que Marisa conheceu Lula no começo dos anos 1970. Na época, ela era viúva e tinha um filho pequeno. Entre o primeiro encontro e o casamento com Lula – também viúvo na época – foram sete meses. Juntos, tiveram três filhos e dois netos.
Em 1980,ela confeccionou a mão a primeira bandeira do partido e era responsável pelas fichas de inscrição para filiação a legenda. No mesmo ano, quando Lula foi preso por sua atuação no Sindicato dos Metalúrgicos, Marisa ajudou a organizar passeatas e mobilizar o partido.
No outro processo, o casal foi denunciado por irregularidades no aluguel de uma cobertura em São Bernardo e na compra de um terreno onde seria construída uma nova sede para o Instituto Lula, em São Paulo.
Marisa e Lula também respondiam a um inquérito da Polícia Federal que investiga se eles são os reais proprietários de um sítio em Atibaia. Segundo um laudo da PF, uma perícia no local encontrou indícios de que quem utilizava o imóvel era o casal, e não os proprietários formais.