Em sua visita à Coreia do Sul, o segundo homem mais poderoso da Casa Branca deu por encerrada a era da “paciência estratégica” e anunciou que “todas as opções estavam sobre a mesa”, incluídas ações militares de represália como as lançadas na Síria e Afeganistão.Desde a chegada de Donald Trump à presidência, a tensão com o regime norte-coreano não deixou de crescer até se tornar, como previu Barack Obama na transmissão de cargo, a maior ameaça externa para os Estados Unidos.
O claustrofóbico regime de Pyongyang está há duas décadas envolvido na busca de um míssil nuclear capaz de alcançar o território norte-americano. Apesar de este objetivo ainda estar distante, conseguiu desenvolver uma bomba atômica de 30 quilotons (duas vezes a de Hiroshima) e uma potencia balística suficiente para ameaçar Coreia do Sul e Japão.Diante do desafio, Washington não ficou em silêncio. Depois de verificar que as sanções não serviam de nada, apertou os parafusos de uma cyberguerra, cuja profundidade é um mistério, o desenvolvimento de um escudo de defesa aérea na Coreia do Sul e, nas últimas semanas, o envio do porta-aviões nuclear Carl Vinson e seu poderoso grupo de combate nas águas da península coreana. Tudo isso exacerbou ainda mais a retórica de um regime que se alimenta do terror.
Marcada por uma feroz repressão interna, a ditadura do líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se sustenta pela própria ameaça de um conflito.
Esta ameaça foi absorvida rapidamente por Pyongyang e transformada em pólvora para sua artilharia verbal. “Esta grave situação prova mais uma vez que a República Democrática Popular da Coreia está totalmente justificada quando aumentou suas capacidades de autodefesa e ataque preventivo com o arsenal nuclear”, afirmou o embaixador Kim In Ryong.