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quinta-feira, abril 25, 2024

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Flordelis fazia rituais secretos com nudez, sexo e até sangue, revela testemunha

Uma vida dupla, é isso que a deputada federal e pastora Flordelis mantinha, revelou uma testemunha. A parlamentar tinha uma rotina que envolvia rituais secretos com uso de sangue, nudez e que até mesmo sexo, segundo informações reveladas à Polícia Civil do Rio.

As informações vieram a tona por um homem que morou na casa de Flordelis durante cinco anos, no fim dos anos 90.  A testemunha, que foi ouvida no inquérito que apura a morte do pastor Anderson do Carmo, afirmou considerar que participava de uma verdadeira seita e revelou que chegou a manter relações sexuais com a parlamentar.

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De acordo com o site EXTRA, que teve acesso as informações, esse depoimento ocorreu no dia 2 de setembro do ano passado na Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

A testemunha disse à polícia que conheceu a parlamentar em 1995, quando frequentava um grupo de orações no Lote Quinze, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na época ele foi convidado por Flordelis para participar do grupo de orações na casa dela. Com isso, ele passou a residir no local. Naquela época, o pastor Anderson  já integrava a família.

Como era o ritual de purificação

O homem disse aos investigadores da DH que ao chegar na casa teve que fazer um “ritual de purificação”, sendo obrigado a ficar isolado em um quarto durante sete dias. Durante esse tempo, tinha que vestir roupas brancas e se alimentava apenas de arroz e legumes.

Durante o período ele ficava com uma bíblia fazendo orações, e a cantora recebia visitas de algumas pessoas da casa, consideradas por ele um grupo mais seleto, que participava de rituais secretos.

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O homem também revelou que durante o período de isolamento Flordelis foi sozinha ao seu quarto e fizeram sexo. Depois daquele dia eles transaram outras vezes.

“O declarante se recorda que aquilo lhe causou um efeito como se fosse mágico, pois considerava que havia tido relações praticamente com um ser divino, pois era assim que Flordelis se apresentava”, diz trecho do depoimento.

O antigo morador da casa de Flordelis não deixa claro se naquele momento já existia um envolvimento amoroso entre Anderson e a deputada. Ele cita que o pastor era uma espécie de guardião de Flordelis. Em sua biografia, a pastora afirma ter começado a namorar com Anderson em 1993.

Ritual com sangue

O homem também contou aos policiais que presenciou um ritual em que Flordelis ordenou a alguns filhos que cortassem a mão com uma faca e escrevessem salmos da bíblia com sangue. Na época, a cantora abrigava cerca de 30 crianças em sua casa.

A testemunha contou com detalhes um ritual feito por um dos filhos afetivos de Flordelis, Alexander Felipe Matos Mendes, conhecido na família como Luan, a mando da mãe. De acordo com o homem, Luan teria colocado a foto do empresário Pedro Werneck em cima de uma maçã com fitas coloridas, sendo jogado mel por cima.

O objetivo do ritual era iluminar o empresário para ele conseguir algo para o grupo. Até poucos anos atrás o empresário ajudou financeiramente a família de Flordelis.

 

Ritual com pastor Anderson do Carmo nu

De acordo com a testemunha, em uma certa ocasião ele teve a autorização para participar de um ritual no qual antes sua participação era vetada. Segundo ele,  o pastor Anderson ficou pelado, no centro de um círculo feito a giz, e Flordelis então iniciou uma espécie de reza ou manta, no qual oferecia Anderson como oferenda.

O homem também contou que assim que quando chegou na casa notou que o pastor Anderson era uma figura central na família. Ele relata que quando foi morar na casa da parlamentar houve uma reunião na qual o pastor afirmou que todos do grupo seleto do qual ele passou a fazer parte eram “anjos caídos” e Flordelis estava ali para recuperá-los. Anderson prosseguiu dizendo que Flordelis era, na realidade, um querubim de nome Queturiene, mas aquele assunto era reservado e restrito a um grupo da casa.

Afirmando que todos do grupo restrito eram anjos que ela estaria salvando, Flordelis colocou nomes em todos. Anderson do Carmo era Daniel ou Niel, Carlos Ubiraci era Rubem, Wagner Andrade Pimenta passou a ser Misael e Alexander, Luan. Misael, Luan e Carlos são filhos afetivos de Flordelis e passaram a conviver com a pastora ainda na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Os dois primeiros romperam com a mão após a morte do pastor Anderson.

O Ministério Público estadual do Rio também recebeu informações anônimas das práticas que existiam na casa de Flordelis no Jacarezinho. Em duas delas, as denúncias eram de que a deputada fazia rituais de magia negra. As informações foram encaminhadas para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

Acusações

A testemunha também fez uma grave denúncia. Ele contou que um dia uma adolescente veio morar com a pastora, e Anderson pediu a Flordelis autorização para se relacionar sexualmente com a jovem.

“Diz que Flordelis autorizou e de fato ocorreu por vezes. No entanto, a jovem não gostava dessa situação, mas obedecia o que era determinado por Flordelis”, diz trecho do depoimento.

O homem ainda relatou que Flordelis recebia pastores estrangeiros em sua casa e uma das filhas era oferecida sexualmente para eles.

No ano 2000, o homem resolveu sair da casa de Flordelis. Na época já namorava a sua atual esposa, e contou para ela o que acontecia na casa da parlamentar. Sua esposa então fez uma  denúncia à Convenção de Ministros das Assembleias de Deus do estado do Rio.

O homem também contou aos policiais que recentemente foi diagnosticado com transtorno de personalidade esquizotípica e toma medicamentos regulares há seis meses. O homem contou que a doença não chegou a se manifestar ou lhe incomodar em épocas anteriores.

A deputada disse que a testemunha deveria provar as acusações.

“Isso é algo que responderei a ele judicialmente. Ele terá que provar o que ele fala porque são coisas muito graves e sérias que ele fala.”

 

 

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