Os líderes brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola foram afastados de suas funções religiosas por decisão da justiça angolana.

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A decisão partiu depois de uma série de escândalos que vão desde indiciamento por lavagem de dinheiro a acusações de racismo contra os membros angolanos da instituição.

Em entrevista a Ricardo Nêggo Tom, Tavares Armando, que foi obreiro e pastor da Universal em Angola, fez revelações estarrecedoras a respeito da igreja e de seu líder.

“Nós que vivemos por muitos anos servindo à Universal, sabemos que é expressamente proibido ao obreiro, ao auxiliar, ao pastor e à sua esposa questionar ou até mesmo pensar. Dentro da instituição, você sofre uma pressão psicológica muito grande. Quando começas a pensar ou a questionar algo na Universal do Reino de Deus, automaticamente você é considerado um rebelde. Os membros da igreja são considerados escravos a serviço de Edir Macedo.”

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Após a exibição de um áudio no qual Edir Macedo diz “nós não podemos deixar os escravos pensarem. Porque, se eles pensarem, eles não vão ser mais escravos nossos”, Tavares dispara que “desde a fundação da Igreja Universal, Edir Macedo sempre teve a intenção de escravizar as pessoas. E ele não escraviza apenas aos africanos. Na Europa, na América do Norte e na América do Sul, também existem escravos dele. Todos os adeptos da Universal tornam-se seus escravos”.

O ex-pastor também fez um alerta e pediu para que os brasileiros tomassem a mesma atitude que os angolanos tomaram.

“Vocês precisam expulsar Edir Macedo do Brasil”, orienta ele. Tavares explica que o esquema de lavagem de dinheiro da Universal em Angola usava livros de Edir Macedo e de suas filhas, materiais de evangelização e até mesmo os filmes sobre a vida do líder religioso, que, segundo o ex-pastor, foram um grande fracasso de bilheteria em Angola.

“Sempre que eles lançam algum filme, eles anunciam que o filme bateu recordes de bilheteria, que foi muito aderido e que as salas ficaram cheias. É tudo mentira! Cá em Angola as salas ficavam vazias, porque muitas pessoas vivem na periferia e não têm a cultura de ir ao cinema.”

De acordo com o bispo angolano Felner Batalha, Edir Macedo teria afirmado em uma videoconferência para pastores, que os lábios e narizes avantajados dos prestos africanos seriam porque os seus antepassados viviam na selva e as mulheres grávidas conviviam com macacos e chipanzés e, de tanto olharem para eles, seus filhos nasciam com as mesmas características.

Felner também revelou que Macedo teria dito que os africanos cheiravam mal. Tavares Armando confirmou o relato de Batalha e fez outra grave acusação contra o CEO da Iurd.

“Edir Macedo é um autêntico racista. Vocês, meus irmãos brasileiros, não conhecem Edir Macedo. Ele é pior do que Hitler. Ele tem nojo de pretos. A única razão que leva Edir Macedo a aceitar pretos na sua instituição é porque ele sabe que os pastores pretos arrecadam mais dinheiro do que os pastores brancos para a sua igreja.”

O ex-pastor Tavares Armando disse que Macedo oferecia um tratamento diferenciado aos pastores brancos.

“Cá em Angola, um pastor de pele clara ou um que seja moreno não ficam solteiros por muito tempo. Logo ao entrar para a instituição, já é providenciado um casamento para eles. Esse mesmo pastor branco, ainda que solteiro, será posto numa das melhores igrejas. E aqui me refiro às igrejas localizadas nos grandes centros. Por ele ser branco, ter a pele clara e boa aparência, é colocado numa igreja da cidade para atrair empresários e pessoas com maior poder econômico. Um pastor preto como eu, só se casa rápido se der o resultado financeiro estipulado pela liderança. Porque, na Igreja Universal, é a liderança quem determina quando o pastor pode se casar. Por isso é que o bispo Macedo diz que o escravo não pode pensar. Até para o pastor ter um filho, precisa da autorização da igreja. E ai de ti se engravidar a tua mulher sem a permissão deles. Até a escolha da esposa pelo pastor tem que passar pela aprovação do bispo. Se ele não gostar dela, você não se casa.”