O cantor gospel Kleber Lucas, líder da Batista Soul, falou sobre o seu desejo de expandir a música evangélica e promover para promover a inclusão.
Em entrevista à jornalista Heloisa Tolipan, o artista que faz parte da Comissão de Combate a Intolerância no Rio de Janeiro, expressou sua discordância em relação à exclusividade da fé reivindicada por algumas religiões, incluindo as igrejas evangélicas.
Kleber falou sobre o “extremismo fundamentalista e a disseminação do ódio”, e ressaltou os avanços no combate a intolerância religiosa em espaços acadêmicos e públicos.
O artista que tem a música “Deus Cuida de Mim”, regravada em parceria com Caetano Veloso como trilha sonora da novela “Vai na fé”, disse que esse foi um grande marco de sua carreira.
“A novela é um espetáculo, porque vê o evangelho como um setor de espaços culturais e o movimento evangélico como uma realidade no Brasil”, afirmou Kleber.
Ele também falou sobre a necessidade de romper com a “bolha” do gospel e ampliar as visões.
“Acredito que toda bolha se propõe a sustentar um único viés de pensamento. Ela não é democrática, a partir do momento em que se fecha para outros olhares. Acredito sim, em um movimento religioso progressista, que é evangélico, protestante no Brasil, que é contra uma politica antidemocrática, contra à intolerância religiosa e contra esse fundamentalismo religioso que incita o ódio. Então, se você tem um discurso que se alia a outras vozes de outros setores sociais, que lutam pelo Espaço Democrático de Direito e pela democracia, essa ‘bolha’ precisa furar”, disse.
“A sociedade precisa fazer, inclusive, uma autocrítica. Porque, pela falta de autocrítica, nós quase perdemos a eleição em 2022. Sendo que existem muitos evangélicos que são contra e que na hora de depositarem seus votos nas urnas, agiram a favor da democracia, pela liberdade religiosa, pela liberdade dos espaços, pelo laicismo. Essa ‘bolha’ precisa ser furada, para que possamos nos ver e nos reconhecer em outros setores que não são os nossos”, completou ele.