O ministro Cristiano Zanin, recentemente indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem encontrado apoio na influente bancada evangélica da Câmara dos Deputados, especialmente pelo seu recente voto contra a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal.
Uma das vozes mais fortes entre as lideranças evangélicas no Congresso, o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP) expressou seu otimismo em relação ao desempenho do novato na Corte. “Vejo que o ministro Zanin já está fazendo bem para o Brasil. O tema das drogas é grave e impacta diretamente as famílias e pode levar as pessoas ao crime. Estamos satisfeitos com o posicionamento do ministro Zanin. Posso afirmar que a maioria dos evangélicos compartilha dessa satisfação”, declarou o deputado à VEJA.
O deputado Cezinha de Madureira também se posiciona fortemente a favor da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico, para a vaga que se abrirá no Supremo com a próxima aposentadoria da ministra Rosa Weber.
Em relação à discussão sobre a descriminalização de drogas, Cezinha acredita que a decisão não deveria recair sobre o STF, mas sim ser uma prerrogativa do Legislativo. “Na minha visão, quem deve tomar essa decisão é o Congresso, que representa a vontade soberana do povo”, ressaltou.
Essa perspectiva sobre qual poder deveria discutir certos temas, como a descriminalização das drogas, tem sido um ponto de debate acalorado recentemente. Em sintonia com o pensamento de Madureira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu que o julgamento sobre a descriminalização deveria acontecer no Congresso e não no STF.
Apesar disso, os ministros da Corte têm defendido sua competência para julgar o tema, como fez o ministro Luis Roberto Barroso, que ressaltou a responsabilidade do Judiciário em definir critérios claros, dado que os juízes são os que lidam diretamente com os processos e habeas corpus relacionados ao assunto.