A Igreja Assembleia de Deus de Santo André, com 92 anos de história e 130 congregações, enfrenta uma grave crise de liderança após a morte do pastor Silas Josué, que liderou a instituição por mais de 30 anos. O pastor faleceu na última semana, vítima de complicações de um câncer.
Durante o velório, foi revelado que, cerca de um ano antes de sua morte, o pastor Silas teria alterado o estatuto da igreja para indicar seu genro, pastor Leandro, como sucessor na presidência. A mudança, no entanto, não foi comunicada aos pastores e membros da igreja. O estatuto teria sido assinado durante um culto de Santa Ceia, em um procedimento descrito pelos críticos como irregular.
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No último domingo, uma tentativa de oficializar o pastor Leandro como presidente foi marcada por tumultos. Durante o culto, foi anunciada uma votação para legitimar sua posse, mas pastores de congregações da região, que não haviam sido informados, chegaram ao local para contestar a medida. A sessão foi interrompida após desentendimentos, com cortes de microfones e até a interrupção da iluminação.
Pastores que participaram da reunião acusam a mudança de estatuto de ter sido realizada de forma fraudulenta, alegando que os membros da igreja assinaram o documento sem saber de seu conteúdo real. Em resposta, exigem a anulação do estatuto e a realização de uma assembleia para eleger a nova liderança de forma transparente.
O advogado da igreja também foi alvo de questionamentos por parte dos pastores e membros, sendo acusado de atuar em defesa da família do pastor Silas, em vez da congregação como um todo. Até o momento, nenhuma decisão oficial foi tomada, e o impasse permanece.
A próxima reunião da igreja, marcada para este domingo, deve ser decisiva para os rumos da liderança. Os membros aguardam um desfecho que possa resolver o conflito e restaurar a estabilidade em uma das mais tradicionais instituições evangélicas de Santo André.