O bispo Bruno Leonardo, líder da Igreja Batista Avivamento Mundial, sediada em Salvador, veio a público nesta sexta-feira (28) para esclarecer sua posição após ser mencionado em relatórios da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). Esses documentos apontam transações financeiras suspeitas entre sua igreja e a empresa Starway Locação de Veículos, investigada por supostas ligações com Willian Barile Agati, conhecido como “concierge” da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o bispo expressou indignação com as alegações, classificando-as como perseguição. Ele destacou que, após alcançar 50 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, tem enfrentado ataques infundados. “Com isso, começaram a vir as perseguições”, afirmou. Bruno Leonardo explicou que, ao ser contatado por uma jornalista sobre a investigação, seu advogado procurou a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para obter esclarecimentos. Segundo ele, o delegado responsável pelo caso teria afirmado que a igreja não está sob investigação e que as transações referem-se à compra de automóveis em 2021.

O líder religioso também ressaltou que todas as aquisições foram devidamente documentadas. “Nós avisamos: existe nota, nós temos as notas, as notas estão aqui”, declarou. Ele comparou a situação atual com uma doação realizada em 2024, quando sua igreja adquiriu R$ 2 milhões em alimentos para enviar ao Rio Grande do Sul, sem conhecer os proprietários da distribuidora. “Se daqui a alguns anos essa distribuidora estiver com algum envolvimento com coisas ilícitas, nós também estamos envolvidos porque somos clientes?”, questionou.

Apesar das explicações, o bispo não apresentou publicamente as notas fiscais referentes às transações com a Starway Locação de Veículos. De acordo com a PF, não foram localizadas notas fiscais que justifiquem as transferências, que totalizaram R$ 2,2 milhões entre agosto de 2021 e abril de 2022.

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A Operação Mafiusi, conduzida pela PF e pelo MPF, investiga um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro supostamente liderado por Willian Barile Agati. Embora o nome de Bruno Leonardo apareça nos relatórios devido às transações financeiras, ele não é formalmente investigado no caso.