A polêmica envolvendo o Projeto de Lei da Anistia gerou uma troca de farpas entre lideranças evangélicas e parlamentares. O pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) saiu em defesa do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que foi alvo de duras críticas do pastor Silas Malafaia após declarar que a votação do PL deveria ocorrer apenas em 2026.
Durante um discurso na Câmara dos Deputados, Otoni classificou como “injustos” os ataques de Malafaia contra Pereira, ressaltando que o presidente do Republicanos é respeitado por políticos tanto da direita quanto da esquerda. O parlamentar enfatizou que Pereira nunca afirmou ser contra a anistia e que sua posição era apenas técnica e jurídica.
“Quero manifestar minha solidariedade ao deputado Marcos Pereira diante dos ataques sofridos por um outro pastor, o pastor Silas Malafaia, que o chamou de cretino. Segundo Malafaia, ele é contra a anistia, mas em nenhum momento ele disse isso. O que ele disse é que ninguém pode ser anistiado antes de ser julgado. (…) Ele é respeitado por todos nessa casa, seja deputados da esquerda ou de direita. Ninguém ousou no parlamento chamar o deputado Marcos Pereira de cretino. Eu lamento que quem o fez, não deveria ter feito, porque é um pastor”, disse Otoni.
O deputado também criticou a maneira como o debate tem sido conduzido dentro do meio evangélico e político. Segundo ele, o tema da anistia deve ser tratado com responsabilidade e sem ataques pessoais. Otoni de Paula reforçou que a discussão sobre o projeto não deve se transformar em uma guerra entre líderes religiosos e políticos.
A declaração vem após Silas Malafaia ter atacado Marcos Pereira nas redes sociais, chamando-o de “cretino” e acusando-o de trair os evangélicos por não acelerar a votação do projeto. Malafaia também cobrou um posicionamento de políticos do Republicanos que apoiam Jair Bolsonaro, exigindo que se manifestem contra Pereira ou deixem o partido.
A crise interna expõe a divisão dentro da bancada evangélica no Congresso e reforça o impacto político do PL da Anistia, um tema sensível que pode influenciar as eleições futuras e a relação entre os partidos conservadores.