O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista nesta segunda-feira (24), suspendendo o julgamento de Débora Rodrigues dos Santos. A ré é acusada de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 e de ter pichando a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada na Praça dos Três Poderes, em frente ao STF.
Débora Rodrigues dos Santos é cabeleireira, mãe de dois filhos e frequentadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A bolsonarista vivia em Paulínia (SP), com o seu esposo, o pintor Nilton César dos Santos, antes de ser detida.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux, jula o caso.
Na sexta-feira (21), o julgamento virtual teve início com o voto do ministro Moraes, que condenou Débora a 14 anos de prisão em regime fechado por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.
Dino acompanhou o relator. O placar parcial é de 2 a 0. A retomada do julgamento ainda não tem data marcada.
Em nota à Agência Brasil, os advogados Hélio Júnior e Tanieli Telles manifestaram profunda consternação com o voto do ministro Alexandre de Moraes, que condenou sua cliente a 14 anos de prisão.
A defesa considera a decisão um marco vergonhoso na história do Judiciário brasileiro, afirmando que Débora sempre foi alheia a qualquer envolvimento criminoso e que o julgamento teve caráter político.