Quando Mirele Peixoto Souza, uma jovem de 23 anos, procurou a liderança da Assembléia de Deus Belém em janeiro de 2019, afirmando que precisava de uma reunião para apresentar provas de que teve um relacionamento com um pastor da igreja, ela acabou sendo assassinada pelo próprio pastor cerca de 10 dias depois.
O crime ocorreu na estrada do Taboão, região do Itapeti, interior de São Paulo, e foi rapidamente solucionado pela polícia. As investigações apontaram para o pastor Adir Neto Teodoro, de 62 anos, que nesta semana foi condenado a 17 anos pelo assassinato da jovem, que era sua ex-nora.
Antes de sua morte, Mirele fez várias ameaças ao pastor, dizendo que contaria para sua família sobre o relacionamento que eles tiveram. No entanto, somente quando ela marcou uma reunião com a cúpula da igreja Assembléia de Deus, Adir percebeu que ela poderia realmente prejudicá-lo.
Ele contratou seu sobrinho como assassino de aluguel para matar Mirele. Foi o próprio pastor quem levou a vítima para ser assassinada. Imagens de segurança capturaram o momento em que o pastor e a vítima foram vistos em uma loja de conveniência horas antes do crime.
Mirele morreu com três tiros na nuca e seu corpo foi abandonado em uma área de mata.
O pastor compareceu ao velório da jovem, mas acabou sendo preso imediatamente depois. Em uma entrevista, ele negou qualquer envolvimento no crime, mas confessou ao delegado que ordenou o assassinato da jovem porque temia perder o sustento de sua família, que era o salário que recebia da igreja.
Apesar de ser condenado como mandante do crime, nunca foi divulgado publicamente se alguém alertou o pastor sobre a reunião que Mirele havia marcado com o superior de Adir Neto na Assembléia de Deus Belém. Será que a igreja já sabia das práticas do pastor?
Assista a reportagem sobre o caso: