O pastor Josué Valandro Jr., da Igreja Batista Atitude e ex-conselheiro espiritual da família Bolsonaro, deu um novo direcionamento à sua carreira após o fim do mandato de Jair Bolsonaro como presidente. Conhecido por ter sido o guru espiritual da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, e do próprio ex-presidente durante os quatro anos de mandato, Valandro tem se destacado agora pela organização de eventos fechados de alto valor.
O pastor tem promovido eventos exclusivos que prometem desbloquear o potencial divino dos participantes, como o ‘Christ Summit’, realizado em junho. Para participar desse evento, os ingressos custaram mais de R$ 7 mil. Dada a repercussão do evento, o pastor já marcou uma nova edição ainda para este ano.
No entanto, a atuação de Valandro não se limita ao público geral. Nas próximas semanas, o pastor realizará o ‘Impulso Pastoral’, um evento voltado para pastores com ingressos a quase R$ 3 mil. O objetivo é auxiliar pastores a gerirem suas denominações, dando-lhes ferramentas e conhecimento.
A pergunta que surge nesse cenário é: por que o pastor Josué Valandro optou por promover esses eventos somente agora, após a saída de Bolsonaro da presidência? Por que não durante o período em que Bolsonaro era presidente?
Vale lembrar que, durante o mandato de Bolsonaro, Valandro assumiu um papel de destaque como conselheiro espiritual da família presidencial, o que possivelmente exigiu dedicação e comprometimento significativos. Além disso, a associação próxima com o poder executivo pode ter limitado suas atividades por questões de ética, transparência ou até mesmo segurança.
Agora, com o fim do mandato de Bolsonaro, o pastor tem a liberdade e o espaço para se reinventar e buscar novas oportunidades. O fato de organizar eventos fechados e de alto valor pode ser interpretado como uma maneira de capitalizar sobre sua experiência e visibilidade adquirida durante o período em que esteve ao lado de uma das famílias mais observadas do Brasil.
Contudo, esses eventos têm levantado algumas questões. Por um lado, podem ser vistos como uma oportunidade de aprendizado e crescimento espiritual para os participantes. Por outro, podem ser interpretados como uma tentativa de monetização excessiva da fé e do status de ex-conselheiro presidencial.