Em uma entrevista concedida ao jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, o pastor Oziel Lara dos Santos, condenado a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, afirmou que fugiu do Brasil em março deste ano. Em um desabafo polêmico, Santos responsabilizou as Forças Armadas por estimularem as manifestações que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

O pastor, que foi preso no Palácio do Planalto durante as invasões, revelou que, após ser solto em dezembro de 2023 e submetido a medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, decidiu deixar o país. Ele atualmente se encontra em um país da América do Sul, onde, segundo ele, encontrou outros “patriotas” que também foram condenados pelo STF.

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Oziel dos Santos afirmou que sua decisão de participar dos atos de 8 de janeiro foi motivada pelas declarações das Forças Armadas, que, segundo ele, levantaram suspeitas sobre a integridade do processo eleitoral de 2022. “As Forças Armadas estimularam as manifestações na frente dos quartéis quando falaram que havia inconsistências”, declarou o pastor, referindo-se a comunicados do Ministério da Defesa emitidos em novembro de 2022.

Nos comunicados mencionados, as Forças Armadas afirmaram que o relatório sobre as eleições não excluía a possibilidade de fraudes nas urnas eletrônicas, em contradição com outras entidades fiscalizadoras, como a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União. Além disso, o Ministério da Defesa expressou apoio a manifestações “ordeiras e pacíficas” que estavam ocorrendo na frente de quartéis em todo o país.

Oziel dos Santos foi categórico ao afirmar que, na época, as Forças Armadas eram a única instituição em que os brasileiros confiavam, o que teria motivado sua participação nos protestos. “O povo foi pedir que o Exército fosse fazer seu trabalho”, disse ele.

Quando questionado sobre a atual posição das Forças Armadas e sua influência na sociedade brasileira, Santos evitou se aprofundar, alegando estar distante da realidade do país.