O pastor e escritor Nilson Gomes usou as redes sociais para comentar os atos de vandalismo ocorridos no último domingo (8), quando bolsonaristas invadiram e depredaram a Casa dos Três poderes em Brasília (DF).
Gomes disse que irá lembrar de 8 de dezembro de 2023 como um dos piores dias para a democracia do Brasil e uma data sombria para a igreja brasileira.
O pastor Nilson Gomes virou alvo de críticas por apontar, em 2022, a idolatria dos evangélicos, em especial dos líderes, ao na época presidente Jair Bolsonaro.
Por conta disso, o religioso que tinha uma das agendas mais concorridas do Brasil teve as portas fechadas e passou a ser xingado de esquerdista e comunista.
Leia na íntegra:
“Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em direção a Jerusalém. E enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, entraram num povoado samaritano para lhe fazer os preparativos; mas o povo dali não o recebeu porque se notava que ele se dirigia para Jerusalém. Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: “Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los [Lucas 9.51-55].
Repudio os atos de vandalismo, depredação e de terrorismo golpista que atentaram contra a democracia e o Estado Democrático de Direito ocorrido no último domingo dia 8 de Janeiro em Brasília.
Todos estes atos criminosos são nocivos e perniciosos. Mas, se tornam ainda mais perniciosos quando praticados em nome de Deus.
Bem, já falei mil vezes; minha crítica não é à direita, nem à esquerda, nem a qualquer político. Minha crítica é contra a postura do movimento evangélico que vituperou a glória do evangelho e associou o nome de Jesus a um projeto de poder político partidário.
Mas alguns, na tentativa de justificar atos criminosos, tentam eximir-se apontando os pecados dos outros. E quem denuncia, passa por errado, e o apoiador desse tipo de coisa, passa por certo.
Faço uso das palavras do meu amigo Gutierres @gutierresfernandes : “nos cobram como se fôssemos perturbadores de Israel, e dizem: ‘por que você não fala dos pecados de Nínive, Babilônia…, você só fala dos pecados de Jerusalém’”?
Pergunto:
seria esse o critério? Vamos descer ao nível daquilo que condenamos?
Quebrar, gritar, xingar e invadir, em nome de Deus, fazendo orações e cantando sob o disfarce do fervor e devoção, torna a questão ainda mais grave e detestável diante de Deus.
Jesus diria a mesma coisa hoje:
“Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são”.
Escuta igreja brasileira; voltemos ao evangelho com urgência, antes que seja tarde demais.”
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