O retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência do Brasil tem causado polêmica entre os líderes evangélicos, muitos dos quais afirmam que o atual governo não tem dado espaço suficiente a este importante segmento da sociedade. O pastor neopentecostal Paulo Marcelo Schallenberger, que apoiou Lula na última eleição, critica a ausência de lideranças evangélicas no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável – o Conselhão.

O Conselhão é um grupo formado por integrantes da sociedade civil que se reúne mensalmente com ministros e o presidente para debater políticas públicas. Recentemente, o governo Lula anunciou os 246 integrantes desse conselho, sem incluir nenhuma liderança evangélica, uma ausência que foi notada e criticada por pastores e especialistas em política e religião.

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Schallenberger expressou preocupação com a falta de comunicação estratégica com o público evangélico. Ele acredita que essa ausência pode acabar distanciando ainda mais este segmento da população, potencialmente direcionando-o para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

“Se o PT e a esquerda desejam realmente ter uma participação nesse aglomerado de brasileiros e brasileiras, precisa ser feito algo urgentemente”, declarou Schallenberger. O pastor propõe uma abordagem de comunicação direta com a população evangélica, a fim de combater a desinformação e promover políticas públicas para essas comunidades.

Schallenberger não é a única voz discutindo essa questão. A pastora luterana Romi Bencke tem uma visão diferente, argumentando que Lula e Dilma Rousseff concederam privilégios às igrejas evangélicas em seus primeiros mandatos, uma prática que, em sua opinião, não deve ser repetida. Segundo ela, essa abordagem anterior acabou ajudando a expandir movimentos religiosos “fundamentalistas” e antidemocráticos.

Bencke argumenta que o espaço no governo deveria ser baseado em mérito e não na representação religiosa. Em sua opinião, o governo deveria recriar o Conselho de Diversidade Religiosa, extinto durante o governo Bolsonaro, para incluir representantes de diferentes religiões existentes no Brasil.

Enquanto as visões de Bencke e Schallenberger divergem, ambas destacam a importância de uma discussão contínua sobre o papel das igrejas evangélicas no governo brasileiro.

O retorno de Lula ao poder tem evidenciado a necessidade de um diálogo mais amplo e inclusivo sobre a representação religiosa no Brasil. Com uma comunidade evangélica significativa e influente, a questão de como este segmento da sociedade deve ser incluído e representado no governo continua a ser uma questão crucial.