O pastor Paulo Marcelo Schallenberger, único pentecostal a se engajar publicamente na campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estará na cerimônia de posse que acontece neste domingo a partir das 15 horas em Brasília.
O religioso publicou em suas redes sociais uma foto do convite que recebeu da Coordenação da Posse do Gabinete de Transição Governamental, e já em Brasília, posou com o crachá que lhe autoriza a circular em áreas restritas ao Gabinete de Transição.
Crítico ferrenho do presidente derrotado Jair Messias Bolsonaro (PL), Paulo Marcelo chegou a profetizar a sua derrota ao menos dois anos antes dela acontecer. Uma aposta considerada muito arriscada, já que o então presidente dispunha de uma militância cada vez mais engajada, e à época, um alto índice de aprovação.
Ao se posicionar contra Bolsonaro, Paulo Marcelo atraiu o “ódio do bem” de muitos de seus colegas pastores, especialmente quando passou a descontruir alguns discursos da direita radical que promovem o “nós contra eles,” dentro das igrejas, criando um movimento de segregação no âmbito religioso.
O pastor passou a defender que o cristão pode votar em quem quiser, contrariando um discurso que ganhou força nas igrejas promovido por pastores bolsonaristas como André Valadão, que defendia que quem vota no Lula não é crente.
Na contra-mão, Paulo Marcelo virou alvo da imprensa dita conservadora, e chegou a ter sua vida exposta em um programa da IURD na Record, quando um grupo de bispos exibiu reportagens e fizeram graves acusações contra o pastor, numa clara tentativa de desconstruir sua imagem.
Com a vitória de Lula, Paulo Marcelo mostrou que, mais do que um movimento político acertado, ele viu o que ninguém viu — a derrota do Bolsonaro — e acreditou nisso com toda sua alma.
Hoje ele é o único pastor pentecostal a ocupar o lugar na posse do presidente Lula, que em 2019, foi ocupado por mega-pastores como; Silas Malafaia, Josué Valandro, Valdemiro Santiago e o todo poderoso Edir Macedo, quando Bolsonaro ascendia ao poder.