Patrícia de Oliveira Souza Lelis Bolin, de 29 anos, que atualmente mora em Arlington, Texas, é acusada de se passar por advogada de imigração e de fraudar clientes em cerca de US$ 700 mil (aproximadamente R$ 3,4 milhões). A Justiça dos Estados Unidos agora a procura, e ela poderá cumprir uma pena de até 20 anos de prisão pelos crimes federais cometidos.
Como funcionava o esquema
Patrícia Lélis, conhecida por suas atividades como jornalista e blogueira, teria enganado clientes estrangeiros buscando vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O visto EB-5, em particular, é um caminho para a residência permanente legal e potencial cidadania, concedido a estrangeiros que investem substancialmente em negócios norte-americanos geradores de emprego. A brasileira, fingindo habilidade legal para auxiliar nesses processos, coletou grandes somas de dinheiro sob pretextos falsos.
Um desses casos envolveu o recebimento de mais de US$ 135.000 de uma vítima, sob a promessa de investimento em um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas, qualificado para o programa EB-5. No entanto, os fundos foram desviados para uso pessoal de Lélis, incluindo a compra de uma casa e gastos com cartões de crédito.
Além da fraude direta, Lélis é acusada de falsificação de documentos judiciais e de ter convencido amigos a se passarem por funcionários de um fundo de investimento fictício. Quando confrontada por uma das vítimas, a acusada chegou a ameaçar os pais da jovem.
Patrícia Lélis confirmou ser alvo do FBI via Twitter, alegando estar sob asilo político em outro país. Ela descreveu as acusações como “perseguições e falsas acusações”, atribuindo suas ações a uma reação contra “norte-americanos safados”.
Este caso é o mais recente em uma série de polêmicas envolvendo Lélis. Ela ganhou notoriedade em 2016 após acusar o deputado federal Marcos Feliciano de estupro, uma alegação posteriormente arquivada por falta de evidências. Lélis também enfrentou acusações de falsa comunicação de crime e extorsão, além de ser envolvida em um caso de denúncia caluniosa contra Eduardo Bolsonaro.