No início desta semana, muitas pessoas foram pegas de surpresa com uma revelação do missionário Bruno Bordón.
Bordón, que também é arquiteto e fundador da Construid, uma organização que constrói moradias sociais, é muito conhecido no meio missionário por realizar missões no interior do Brasil.
O missionário usou a sua conta do Instagram para revelar que é homossexual. Em um longo vídeo, ele explicou que “nasceu homossexual” e contou como foi o processo para conseguir se assumir.
Bruno disse que começou a perceber que era gay quando tinha apenas 11 anos de idade. Na época, ele disse que sentia que gostava de pessoas do mesmo sexo, e isso para ele era algo chocante, já que também era uma criança cristã.
Conforme contou no vídeo, o missionário pensava que aquele desejo era algo passageiro, e que quando chegasse a fase adulta, se casaria com uma mulher e tudo aquilo iria acabar.
Aos 20 anos de idade, ele disse que passou a beber e ficou animado, pois achava que isso o faria “ficar” com mais meninas.
“Ficar mais alterado para mim era mais fácil. E era muito bizarro, porque mesmo estando bêbado naquelas situações, eu lembro de orar. Eu falava ‘Deus, hoje eu vou gostar, vou ficar com uma menina, hoje vai acontecer, vai dar certo’. E eu fui tentando de todas as formas possíveis dentro da igreja e no mundo. Fui tentando tudo que podia, inclusive terapias”, disse Bruno.
Nessa mesma época, o missionário disse que teve um encontro com Deus, e com isso o seu relacionamento com o Senhor se intensificou. No entanto, sentia que mentia para ele mesmo.
“Não condizia com o contexto”, disse ele, pois servia a Deus, mas escondia de todos que era homossexual. Assim foi até os seus 28 anos, e diante das incertezas, acabou tendo depressão, pensando inclusive que iria morrer por causa da pressão consigo mesmo.
“Eu comecei a lidar com isso. Comecei a fazer terapia. Na época, eu estava completamente apaixonado por um amigo. Foi um processo muito intenso, muito doloroso e difícil. Mas foi esse processo que me trouxe até aqui, com muita profundidade e autoconhecimento. Veio a pandemia e me ajudou muito a estar só comigo e a atender e formular algumas coisas dentro de mim. E uma delas é que eu não sou menos amado por Deus, porque eu nasci assim”, disse o missionário.
Para finalizar, ele disse que está pronto para falar sobre esse assunto, e está em paz com a sua sexualidade. Além disso, falou que quer ser uma voz para quem se sente esgotado e cansado e terminou dizendo que “ser homossexual não é sinal de fraqueza, falta de bom senso ou exagero de depravação”.
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