Filha do empresário Valdebrandes Francisco Nascimento, morto em 2011, Lolian Nascimento, entrou com uma representação, nesta segunda-feira (11), junto ao Ministério Público Estadual (MPE-GO) para pedir uma apuração sobre a doação do corpo do pai para uma faculdade de enfermagem, emTaguatinga (DF). O processo será analisado pelo promotor de Justiça Vinícius Jacarandá.

A família procurou por Valdebrandes durante quatro anos e só descobriu que ele havia morrido depois da contratação de uma advogada para auxiliar nas buscas, em 2011. Na época em que ele morreu, em 2007, o cadáver ficou por 45 dias no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia até ser doado para a faculdade. Neste período, a família não foi comunicada da morte.

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“Quero a averiguação dos fatos que aconteceram e saber por que eles não comunicaram a família”, diz Lolian. Segundo ela, o endereço que consta no atestado de óbito do pai é o mesmo que ela morava na época da morte e onde reside até hoje.A gerente do IML de Goiânia, Silvânia de Fátima Barbosa, reconheceu que houve um erro na doação do corpo e alegou que isso aconteceu porque na época o órgão não tinha pessoal suficiente para procurar os endereços. A versão é contestada por Lolian. “Não acredito que foi por da quantidade de funcionários. Para doar o corpo do meu pai, havia empregados”, reclama.

A filha do empresário disse que o promotor lhe prometeu uma resposta se vai ou não acionar judicialmente os envolvidos no caso até a próxima sexta-feira (15). Lolian afirma que vai contratar um advogado e que, se ele assim a orientar, irá pedir uma indenização na Justiça.
Morte
De acordo com a investigação da advogada contratada pela família, Valdebrandes passou mal na casa onde morava, em Goiânia, e foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) por vizinhos. O relatório médico aponta que ele teve hemorragia no intestino, passou três dias internado e morreu devido a uma parada cardiorrespiratória.

A certidão de óbito do IML não esclarece a causa da morte, mas tem o endereço da família. Conforme a legislação brasileira, a doação a faculdades pode acontecer se o cadáver não tiver qualquer informação de endereço. Nesse caso, a notícia de falecimento deve ser publicada em jornais de grande circulação, o que não foi feito.

Além da família não ter sido avisada da doação, outra irregularidade seria em relação ao tipo da faculdade que recebeu o cadáver. Conforme o Centro de Apoio Operacional da Saúde do MP-GO, apenas o curso de medicina pode receber corpos para serem estudados.

A faculdade de enfermagem justificou que recebeu o corpo com a devida documentação.