O pastor e teólogo Ricardo Gondim tem recebido duras críticas por ter se tornado liberal e progressista e causado espanto ao declarar que “Deus não está no controle” e que a “homossexualidade não é pecado”.
Desta vez, o religioso passou a reprovar a igreja remanescente e conservadora, que, para ele, é liderada por um “clero teológico narcisista-caça-herege-pseudo santo”. Foi dessa maneira que Gondim descreveu a Igreja em seu Instagram nesta terça-feira (5).
No texto, o pastor defende os homossexuais e chega a pedir desculpas, ao mesmo tempo que detona a Igreja por pregar que todos são pecadores e precisam de Cristo.
Leia o texto na íntegra:
“Não tolero que pessoas continuem mobilizadas espiritualmente pelo medo.
Minha antropologia teológica não é pessimista.
Creio que ninguém nasceu sob maldição e ninguém foi predestinado a ser lata de lixo.
Não apoio fraseado tipo: “nada de bom habita em mim”. Somos paradoxalmente bons e maus.
Religiosos descrevem um porvir de horror, falam do inferno e se gabam de saber quem vai para lá.
Os homossexuais, por exemplo, se tornaram o foco de pedradas, pois são tratados como pervertidos e que merecem todo castigo.
Régua desse tipo (hipócrita, diga-se de passagem) intenta transformar peculiaridades de homens e mulheres em discurso que só serve para alavancar projeto de poder.
Há um esforço de demonstrar quem está em trincheira errada, demonizando pessoas reais – com dramas concretos -, só para lucro, glória e mais opressão.
Por que tanto esforço de anular individualidade?
Acusam argueiros em olhos alheios e traves de iniquidade continuam intocadas. Perversões se multiplicam nos bastidores de várias igrejas.
Jesus de Nazaré continua sendo crucificado pelo “clero teológico narcisista-caça-herege-pseudo santo”.
Não me percebo puro. Não tenho a palmatória do mundo. Admito: participei da rinha político-religiosa que se vale de Deus para discriminar. Me arrependo.
Reproduzi uma piedade melosa, doce-enjoativa, alienante que faz cócegas em ouvidos acomodados.
Todavia, de tanto errar, de tanto cegar os olhos para as próprias inadequações e conveniências e de tanto repetir obviedades, me dei conta da força do entorpecimento ideológico-religioso em que estava metido.
Hoje procuro arar terrenos pedregosos para que uma boa semente gere bons frutos. Desejo ajudar a arrancar espinhos daninhos que sufocam a vida de florescer. Quero ajudar (e me ajudar) a demonstrar que dignidade nunca é concessão e que todos e todas são valiosos, independente de status social, etnia ou identidade de gênero.
Soli Deo Gloria”
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