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sexta-feira, maio 3, 2024

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“Não tem volta,” diz Gondim sobre aprovação de sua igreja a LGBTs

O líder da Igreja Betesda em São Paulo, pastor Ricardo Gondim, publicou uma carta aberta direcionada à comunidade LGBT destacando o seu apoio ao movimento e reiterando que não reconhece a homossexualidade como pecado.

No passado, Gondim foi ligado à Assembleia de Deus, e há alguns anos rompeu com o movimento evangélico, se tornando um militante da ideologia de esquerda.

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Em 2022, o religioso disse que sua decisão em apoiar os homossexuais, culminou em uma debandada de membros.

Em seu novo texto, Gondim afirma que o fenômeno conservador que elegeu o presidente Jair Bolsonaro foi o gatilho para sua decisão de endossar o movimento LGBT.

“Quando percebemos, a partir de 2018, que os rumos políticos e dos direitos humanos corriam sérios riscos, tomamos a decisão colegial entre pastores de nos declarar uma igreja afirmativa”.

Em seguida, o escritor e líder religioso reitera seu posicionamento: “Não entendemos que pessoas que se identificam como LGBTQ+ pecam ao expressarem afeto e intimidade sexual por pessoas do mesmo sexo. Isso está resolvido entre nós e não tem volta”.

Confira a íntegra da carta aberta de Ricardo Gondim ao movimento LGBT.

“Querido, querida, que se identifica como LGBTQ+. Quero falar com vocês.

Desde 2011 me pronunciei a favor dos direitos civis das pessoas homoafetivas em uma entrevista à revista Carta Capital. Naquela época minha mulher se especializou em sexualidade humana em um curso na USP e nossa sintonia foi imediata. Aos poucos, em debates internos e em seminários abertos à igreja, tratamos do tema.

Quando percebemos, a partir de 2018, que os rumos políticos e dos direitos humanos corriam sérios riscos, tomamos a decisão colegial entre pastores de nos declarar uma igreja afirmativa.

Não entendemos que pessoas que se identificam como LGBTQ+ pecam ao expressarem afeto e intimidade sexual por pessoas do mesmo sexo. Isso está resolvido entre nós e não tem volta.

De lá para cá, nossa comunidade foi blindada com a chegada de pessoas lindas, simpáticas, crentes em Jesus e prontas para serem discipuladas. Como ganhamos com vocês, como ficamos mais autênticos, como nossa história se encheu de esperança.

Quero escrever uma carta por dia durante essa semana. Tenho vários assuntos para tratar com vocês. E vou fazer em público.

Hoje quero só dizer que, embora heterossexual e feliz com minha mulher, nunca imaginei o ódio que vocês experimentam. Claro, eu conhecia o termo homofobia, só não atinava que essa fobia, quando ganha dimensões piedosas, ela se torna iníqua. Agora sei: não existe pior ódio senão aquele que vem com uma pátina de espiritualidade.

Já me condenaram ao inferno, me prometeram chagas e o pior: eu me tornei radioativo; pouquíssimos pastores e igrejas ainda têm coragem de aparecer numa foto ao meu lado.

Contem conosco, os pastores da Betesda e comigo, especialmente.

Em Isaías 61, o texto nos diz que o Senhor nos chamou para sermos “carvalhos de justiça”. Os ciclones do mal não nos envergarão.
Com carinho,
Ricardo Gondim.”

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