O governo do governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, passou por momentos controversos ao favorecer a firma MN&D Ribeirão, que tem como um de seus principais acionistas o atual secretário de Saúde, Eleuses Paiva. Esta empresa, especializada em análises de imagem, mantém uma relação contratual com o governo estadual desde a administração de Rodrigo Garcia (PSDB), onde o montante anual destinado era próximo de R$ 60 mil, destinado a atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde que assumiu sua posição no início deste ano, Paiva estendeu o contrato com a firma em questão por mais um ano. No entanto, foi apenas após uma investigação do jornal “O Estado de S. Paulo” que o vínculo questionável veio à luz pública, levando ao seu término, conforme publicado oficialmente.
A MN&D Ribeirão, com mais de duas décadas de operação, possui um total de sete acionistas e um capital registrado de R$ 1 milhão. Informações divulgadas indicam que a participação de Paiva é substancial, equivalendo a cerca de R$ 193 mil. Uma outra firma, Pouso Alegre, controla metade da MN&D e também tem Paiva como sócio, por meio da empresa MN&D Magsul Medicina Nuclear.
A equipe de Paiva esclareceu, em comunicado, que sua participação na MN&D Ribeirão é minoritária e que ele não desempenha papéis executivos. Contudo, não é a primeira vez que a gestão de Tarcísio celebra contratos com empresas vinculadas a seus secretários.
Por exemplo, a Multilaser, do ramo de eletrônicos, ligada ao secretário de Educação, Renato Feder, já ganhou três licitações que totalizam R$ 243 mil durante sua gestão. O contrato mais significativo, avaliado em R$ 226 mil, foi para fornecer equipamentos médicos ao Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe). Após críticas, o governador confirmou que não serão realizados novos contratos com a Multilaser, embora os acordos existentes sejam mantidos.
Feder está sob escrutínio em relação a um contrato assinado em dezembro de 2022, que envolve a venda de laptops, totalizando R$ 76 milhões. Tanto Feder quanto Paiva foram mencionados por Tarcísio em sua campanha, com Feder sendo o primeiro a ser confirmado no gabinete, seguido por Paiva.