O senador Otto Alencar (PSD-BA), titular da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, revelou que recebeu ameaças de grupos evangélicos por causa do seu papel na comissão.
O parlamentar fez a declaração nesta quinta-feira (29), no programa Baixo Clero, podcast de política do UOL.
“Foram várias mensagens [com ameaças]. De homens, de mulheres, de jovens… Inclusive, alguns desses casos eram de igrejas evangélicas”, destacou.
Entre várias mensagens agressivas, o político citou uma mensagem enviada de um número que seria da Igreja Batista Internacional Monte Sinai, em Minas Gerais.
“[A mensagem era] de uma senhora, eu não tenho como publicar, era de uma agressividade, com palavras de baixo calão, coisas que não têm nenhum cabimento, até porque eu apenas iniciei a sessão preparatória para a escolha dos nomes”, lamentou. “Eram mensagens muito agressivas, ameaçadoras”, concluiu.
Alencar fez referência à reunião que ele convocou na terça-feira passada (27), como uma sessão preparatória para decidir os nomes de presidente e vice-presidente da CPI.
“Eu publiquei a convocação para dia 27 [de abril] às 10h. A partir daí, foram incontáveis mensagens, tive dificuldade até de deletar, porque era uma quantidade grande.”
O senador de 73 anos foi escolhido para convocar a sessão por ser o parlamentar mais velho entre os membros da CPI.
Otto revelou também que algumas mensagens faziam menção inclusive ao endereço em que ele mora em Brasília.
O parlamentar disse que encaminhou os números de origem das mensagens para a Polícia Legislativa que está investigando o caso.
Na quarta-feira (28), o senador revelou as ameaças ao dizer que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem tentado intimidar a CPI.
“O governo tem apelado de todas as formas para desestabilizar a CPI”, afirmou o senador em entrevista à CNN Brasil.