Em Cabedelo, no Litoral Norte da Paraíba, o pastor evangélico Willams Silva, da Igreja Metropolitana, tem sido muito criticado por sua luta contra a intolerância religiosa.
O líder da religião protestante é um dos grandes responsáveis pela celebração do Dia de Iemanjá, celebrado nesta quinta-feira (8/12), na Paraíba.
Os festejos que têm origem africana, e levam os fiéis a se vestirem de branco, irem à praia e depositarem oferendas, ficaram parados entre 2008 e 2019. O principal motivo foi a intolerância religiosa, o que chamou a atenção do pastor.
Nessa luta, Willams Silva, então, deu as mãos a Doné Graça de Yemanjá Ogunté, ou Mãe Graça, do candomblé, que ganhou força para reerguer a solenidade.
“Minha igreja trabalha fortemente os Direitos Humanos. Observamos [a falta da celebração de Iemanjá] e fizemos junção de dados em Cabedelo. Identificamos que há mais 10 anos a celebração do dia de Iemanjá não acontecia em Cabedelo. Descobrimos que era por casos de intolerância religiosa depois de ouvirmos os membros de mais 16 terreiros”, disse o pastor.
Para Mãe Graça, o apoio do pastor foi fundamental para que os festejos à “rainha do mar” voltassem a acontecer publicamente na cidade.
“Ele tem incentivado demais, como amigo, como religioso e como uma pessoa firme. Nós temos corrido juntos atrás dos umbandistas, candomblecistas. E isso, para mim, significa resistência. O que nos incentiva é a fé. Todas essas religiões juntas se tornam uma corrente que não se quebra, que fica firme e forte”, disse ela.
Willams é pastor há quase nove anos e, desde que passou a ajudar no processo de retomada dos festejos à Iemanjá, faz parte da celebração do dia 8 de dezembro.