A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo Bispo Edir Macedo, tem se estreitado, especialmente com a incorporação do partido Republicanos – ligado à Igreja – à base governista. Esta aproximação ficou ainda mais evidente com o partido assumindo o ministério de Portos e Aeroportos.
Esta nova configuração política trouxe Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura durante a gestão Bolsonaro, para mais perto do núcleo de Lula. Tarcísio, mesmo sendo um conhecido aliado de Bolsonaro, vê agora sua influência crescer no governo atual, principalmente por estar à frente do Ministério de Portos e Aeroportos, órgão responsável pelo Porto de Santos, o principal porto latino-americano e um dos principais canais de transações comerciais do Brasil.
Nesta nova dinâmica política, Márcio França, anteriormente responsável pela pasta agora ocupada pelo Republicanos, compartilhou uma foto de Lula e Tarcísio juntos em suas redes sociais. Esta postagem foi interpretada por muitos como uma crítica velada à crescente influência do Republicanos no governo.
Em sua postagem, França enalteceu a união com Tarcísio e o Republicanos, destacando a contribuição que ambos poderiam trazer ao país. A foto postada mostrava um aperto de mão entre Lula e o governador de São Paulo, simbolizando essa nova aliança.
Historicamente, Tarcísio já havia buscado a privatização do Porto de Santos quando estava à frente do ministério da Infraestrutura no governo Bolsonaro. Com sua aproximação a Lula, ele manteve esse objetivo, discutindo o projeto tanto com o presidente quanto com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Entretanto, enfrentou resistência de Márcio França, que se opôs à privatização do terminal portuário.
A perspectiva é que, com a privatização do porto, cerca de R$ 20 bilhões em investimentos poderiam ser destinados à Baixada Santista. No entanto, esse projeto enfrenta barreiras políticas, apesar da proximidade entre Tarcísio e o governo atual.
O cenário político atual sugere uma grande reconfiguração das forças em jogo, com antigos aliados e adversários buscando novas alianças e oportunidades no governo Lula.